A CASA AMORIM DE CARVALHO, fundada por Júlio António Rodrigues Amorim de Carvalho em 1981, num prédio tradicional do Porto, é uma entidade privada. Por vontade do seu fundador, estão-lhe adstritos direitos de propriedade intelectual e artística, jazigos perpétuos (que recolheram os restos mortais de pessoas da família, incluindo os de Amorim de Carvalho e sua mulher Ester Rodrigues) e propriedades rurais.

            A Casa conserva o que se pôde nela reunir relacionado com a vida e a obra do poeta e filósofo Amorim de Carvalho; e recebeu a missão de preservar a memória da família, numa vasta perspectiva temporal de múltiplas gerações em que surgem personalidades do mais alto relevo histórico e cultural.

            Ela abriga (subordinadas à classificação adoptada por Amorim de Carvalho) uma Livraria Antiga (LA) que pertenceu a esse poeta e filósofo, uma Livraria Nova de autores da família ou com referências à família (LNF) que não pertenceu a Amorim de Carvalho, e uma Biblioteca Nova (BN) que reúne livros de especial interesse sem referências à família, e que também não pertenceram a Amorim de Carvalho. – Nas Livrarias e na Biblioteca acima referidas encontram-se volumes raros, obras com autógrafos de autores de diversas nacionalidades e outras curiosidades bibliográficas.  

            O seu Arquivo comporta milhares de documentos de carácter genealógico, biográfico, iconográfico, histórico, cultural, artístico, científico – onde, além dos que se referem a Amorim de Carvalho, se destacam o importante fundo familiar luso-brasileiro, e o Ficheiro de Referências das pessoas da família cujos nomes são citados nos volumes da Livraria Antiga e da Livraria Nova. Também no Arquivo ficaram incluídos alguns espólios como o do escritor Carlos Bastos com documentos relativos à Renascença Portuguesa.

            Encontram-se na Casa secções de Numismática e Filatelia; e uma colecção de centenas de Objectos diversos e de alguns Móveis, uns e outros numerados e descritos com indicação das pessoas ou instituições a que pertenceram (alguns deles foram pertença de ilustres personalidades, outros de entidades prestigiosas como os da sede da revista «A Águia» da Renascença Portuguesa).

            Além das gravuras, dos desenhos e pinturas que se conservam no Arquivo, expuseram-se Quadros de diversos artistas.

            Fornecer informações, facilitar a investigação, promover publicações, etc., – tudo isso relacionado com a vida e a obra de Amorim de Carvalho e com a família em geral – são ainda missões que incumbem à Casa Amorim de Carvalho.

            Ela é, pois, um organismo vivo, não estagnado à volta de um nome ou de uma época ou de uma temática, – mas aberto ao que se considera a intemporalidade memorial da família como um permanente apelo dos antepassados aos que vivem o presente na faina constante de formar moral e intelectualmente as gerações futuras para o bem, a verdade e o belo.