O RITMO NA POESIA DE AMORIM DE CARVALHO

 O RITMO RECITATIVO NOS SONETOS DE BÁRBAROS E A ISOMETRIA LÍRICA EM DESTINO

 

 Por

 Júlio Amorim de Carvalho

 [«Rhythmica», Facultad de Filología, Sevilha, ano III-IV, n.os 3-4, 2006, págs. 7-43]

 

A criação poética de Amorim de Carvalho prolonga-se praticamente por toda a sua vida, desde a primeira adolescência até aos últimos meses da terrena existência. As mais antigas poesias que conhecemos datam de 1919 (tinha o poeta quinze anos de idade), muitas das quais foram publicadas em periódicos ; o último livro editado em vida (A comédia da morte, edição tirada a stêncil, distribuída pelo autor) saiu em Paris, no mês de fevereiro de 1976, poucas semanas antes do poeta morrer. De toda essa produção poética pretendemos estudar, apenas, a que Amorim de Carvalho reúniu nos seis volumes da Obra poética escolhida, e a que, não tendo sido neles inserida, foi publicada nos livros Bárbaros. Sonetos (1927), Destino. (Inéditos e dispersos) (1939) e Verbo doloroso. (Inéditos e dispersos) (1942). Interessar-nos-emos unicamente pelas formas definitivas dos ritmos das poesias e dos poemas incluídos por Amorim de Carvalho nos nove volumes da sua obra poética atrás citados ; desprezaremos, consequentemente, por agora, o estudo de formas rítmicas anteriores que possam ter sido posteriormente alteradas pelo poeta, cuja análise, comparativa e minuciosa, poderá ficar para outra ocasião ou para outros estudiosos da poesia de Amorim de Carvalho. O conjunto daqueles volumes inclui a sua mais significativa criação poética, – inserindo-se ela na linha da grande poesia de pensamento de expressão portuguesa que vem de Camões e que, depois de Antero e Junqueiro, está representada, com a maior altura, em Pascoaes e Amorim. Uma observação relativa aos Bárbaros e a Destino : aquele livro da juventude e algumas das poesias deste último livro não pertencem ao melhor da poesia amoriniana. Retivémo-los, no entanto, como objecto de análise no presente estudo, por considerarmos que certos versos desses livros já propõem formas rítmicas que serão, com consciência técnica e originalidade, pelo poeta introduzidas ou reintroduzidas na poesia de língua portuguesa...

 

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O ritmo na poesia de Amorim de Carvalho. O ritmo recitativo nos sonetos de Bárbaros e a isometria lírica em Destino